Qualidade de vida nas organizações

Quando as noites de domingo viram uma tortura, quando os colaboradores passam o dia contando as horas para ir embora, quando passam a semana ansiando o fim da tarde de sexta, é um grande sinal de alerta para as organizações.

A falta de motivação e de engajamento dos profissionais pode estar atrelada à falta de qualidade de vida no trabalho.

E a consequência se reflete no baixo desempenho profissional e nos resultados insatisfatórios da organização.

Como reverter essa situação? Que tal começar por melhorar a qualidade de vida na sua organização?

Saiba o que é isso e veja exemplos de como implantá-la continuando a leitura deste texto!

O que é qualidade de vida no trabalho

A qualidade de vida no trabalho diz respeito à humanização da gestão empresarial. A busca desenfreada por resultados cada vez maiores e melhores pode acabar interferindo na saúde física e mental dos profissionais.

Tal interferência tem como resultado justamente o oposto do esperado: ao invés dos colaboradores se sentirem motivados e dispostos a superar desafios e bater metas, eles tendem a apresentar uma queda abrupta ou gradual de desempenho, impactando de forma negativa o atingimento dos resultados.

A qualidade de vida no trabalho, portanto, tem o objetivo de cuidar do bem-estar físico e mental dos profissionais, mostrando que é possível ter um ambiente de trabalho leve, saudável e humanizado, ao mesmo tempo em que se conquista objetivos.

Trata-se, então, de uma forma de enxergar o colaborador em sua totalidade, não mais separando o pessoal do profissional, mas criando estratégias que permitam que ambos os papéis se complementem, se somem e formem um todo inteiro e satisfeito.

De forma prática, a qualidade de vida nas organizações é implantada a partir de uma série de iniciativas e programas que promovam saúde, bem-estar, autonomia, liberação do potencial criativo, relacionamento interpessoal, oportunidade de crescimento, entre outros.

Quando surgiu a qualidade de vida no trabalho

Importante frisar que a qualidade de vida nas organizações não é um modismo passageiro.

Muito pelo contrário, é algo antigo que está ganhando cada vez mais evidência.

O temo qualidade de vida do trabalho, também conhecido pela sigla QVT surgiu em meados da década de 50, quando Eric Trist, cientista de destaque na área de desenvolvimento organizacional, estudava maneiras de tornar o ambiente de trabalho menos exaustivo e desagradável.

O termo se popularizou cerca de duas décadas depois, nos anos 70, quando Louis Davis, professor da Universidade da Califórnia, entendeu a importância da saúde e do bem-estar geral dos colaboradores para o desempenho das suas atividades.

Ou seja, ela descobriu que trabalhadores tristes e desmotivados produzem menos, prejudicando toda a capacidade de produção da empresa.

Fatores fundamentais para a qualidade de vida no trabalho

Alguns fatores são fundamentais para que a qualidade de vida no trabalho seja possível. Richard E. Walton, professor emérito da Harvard Business School, lista tais fatores, dividindo-os em oito grupos de diferentes critérios. São eles:

  • Remuneração justa e adequada: Esse fator diz respeito ao equilíbrio interno das remunerações e à competitividade destas em relação ao que é oferecido pelo mercado.
  • Condição de trabalho segura e saudável: Aqui destacam-se o estabelecimento de uma jornada de trabalho razoável e a criação de um ambiente físico seguro, saudável e harmonioso.
  • Oportunidade de usar e desenvolver capacidades: Esse ponto está relacionado à oportunidade que o colaborador tem de explorar todo o seu potencial e habilidades, tendo, para isso, autonomia e conhecimento de todas as informações necessárias.
  • Oportunidade de crescimento e segurança: É fundamental que o colaborador tenha uma perspectiva de crescimento na carreira e aumento salarial, para que possa se autodesenvolver, ampliar seus conhecimentos e habilidades, além de sentir segurança em relação ao emprego.
  • Integração social: Esse fator está relacionado ao convívio organizacional, com destaque especial para questões como diversidade, ausência de preconceitos, inclusão, respeito às individualidades, senso de comunidade, e qualidade dos relacionamentos interpessoais.
  • Constitucionalismo: Aqui é evidenciado o cumprimento de todos os direitos trabalhistas, além do respeito à privacidade e à liberdade de expressão.
  • Trabalho e qualidade de vida: Esse fator se refere especialmente ao equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional, afinal, sabemos que esse balanceamento é fundamental para o bem-estar e para a saúde do colaborador.
  • Relevância especial do trabalho: Diz respeito ao propósito da empresa, à imagem transmitida por ela, e à sua responsabilidade socioambiental. Diz respeito também ao significado que o profissional dá ao seu trabalho e ao quanto ele se sente valorizado.

Importância da qualidade de vida no trabalho

Nós passamos boas partes dos nossos dias – e das nossas vidas – trabalhando. Dessa forma, a qualidade de vida no trabalho é indissociável da qualidade de vida geral e, por isso, o trabalho deve nos gerar satisfação e sensação de realização.

Terminar o dia atingindo com qualidade os objetivos propostos e gerenciando o nosso tempo de forma produtiva, causa em nós uma sensação de prazer e nos enche de entusiasmo para pensar no dia seguinte.

Isso significa que a qualidade de vida no trabalho é tão importante para o indivíduo quanto para a organização, pois ela atua simultaneamente nessas duas frentes.

Para o indivíduo traz todas essas sensações positivas que comentamos, além de aumentar seu engajamento e motivação.

Para a empresa, a qualidade de vida no trabalho contribui para o aumento do desempenho, para a retenção de talentos, redução de turnover e absenteísmo, além do fortalecimento da cultura organizacional e da manutenção de um clima saudável, leve e produtivo.

Como ter qualidade de vida no trabalho?

Uma ótima forma de começar a implantar a qualidade de vida na sua organização é fazendo uma análise sobre como a empresa se encontra em cada um dos fatores determinantes citados anteriormente:

  • A remuneração é justa e adequada? Como está a saúde financeira dos profissionais? A empresa pode abordar esse ponto, seja com aumento de salário e/ou com programas de educação financeira?
  • O ambiente físico é seguro e saudável? As posições de trabalho são ergonômicas? A empresa pode contribuir para a ergonometria de quem trabalha em home office?
  • Os profissionais têm liberdade para explorar e desenvolver suas habilidades, ou têm sua capacidade subutilizada?
  • Existe plano de carreira? Há alguma perspectiva de crescimento e evolução profissional? A empresa promove programas de treinamento e desenvolvimento para que essa evolução seja possível?
  • Como a empresa lida com as diferenças de ideias e opiniões? Existem iniciativas para estimular a diversidade e inclusão? Como as pessoas costumam tratar umas às outras? Quão saudáveis e produtivos são os relacionamentos interpessoais da organização? Os profissionais se sentem incluídos?
  • A organização cumpre todos os direitos trabalhistas e respeita a privacidade e a liberdade de expressão dos seus colaboradores?
  • A gestão enxerga o excesso de horas extras como um sinônimo de produtividade e desempenho? Colegas e gestores exigem retornos imediatos, mesmo durante os períodos de folga? Ou a empresa sabe a importância do equilíbrio entre vida pessoal e profissional e estimula os profissionais a cumprirem uma jornada de trabalho estável?
  • O propósito da empresa é compartilhado com os colaboradores? Qual é a atuação da empresa em termos de responsabilidade socioambiental? Os gestores valorizam seus liderados e reconhecem a importância do papel que eles exercem para o todo?

O papel do RH para a qualidade de vida nas organizações

O RH tem um papel fundamental para a qualidade de vida nas organizações porque é ele que faz o alinhamento entre pessoas e negócio.

O RH estratégico compreende seus colaboradores e conhece suas necessidades. Para identificar com clareza os desafios que estão sendo enfrentados e quais atitudes poderiam ser tomadas para aumentas a saúde e o bem-estar no trabalho, o RH pode usar ferramentas como a pesquisa de clima organizacional.

A partir de informações confiáveis, fornecidas pelos próprios colaboradores, o RH deve formular estratégias e planos de ação que ajudem a aumentar a qualidade de vida dos profissionais e, consequentemente, a contribuir para resultados excepcionais.

Matérias relacionadas

Leave a Comment

Logo Sellup branca
SellUp RH Digital e Automatizado. Venha para o RH 4.0

Acompanhe-nos

E-mail: [email protected] WhastApp: +55 (41) 97402-0476 Telefone: +55 (41) 3500-8961
SellUp RH Digital e Automatizado | 2020 Criado por Lab growth
× Como posso te ajudar?