A importância da comunicação não verbal nas organizações

A comunicação não verbal nas organizações possui um papel fundamental tanto para o desempenho quanto para o engajamento dos colaboradores.

Em todas as comunicações, mesmo nas aparentemente mais objetivas, compartilham-se não só dados e fatos, mas também expressões e sentimentos. As pessoas se comunicam por meio da linguagem e do corpo.

Esses dois modos de comunicação expressam diferentes respostas do sujeito. A linguagem expressa a reação racional a um evento, enquanto o corpo expressa o sentimento, o instinto.

Entenda o que é, conheça as características, descubra a importância e saiba como a comunicação não verbal pode impactar positivamente não só os resultados, mas o relacionamento interpessoal de uma empresa, continuando a leitura deste texto que preparamos para você!

O que é a comunicação não verbal?

A comunicação não verbal é tudo aquilo que está além das palavras. Linguagem corporal em geral, tom de voz, pausas na conversa, distância interpessoal, roupas, e muitos outros elementos fazem parte da comunicação não verbal.

A comunicação não verbal é um modo primitivo e instintivo de comunicação.

O homem não só manteve esse tipo de comunicação, como também enriqueceu seu repertório não verbal com a contribuição da cultura, por exemplo, codificando novos gestos (o aperto de mão é um bom exemplo disso).

O que a comunicação não verbal nas organizações expressa?

A comunicação não verbal nas organizações expressa as emoções e o relacionamento que se deseja ter com o interlocutor, em um nível emocional profundo.

A comunicação verbal, por outro lado, expressa informações, fatos e o tipo de relação que se quer assumir de forma explícita e consciente com o interlocutor.

Um exemplo claro do que a comunicação não verbal pode expressar nas organizações acontece quando as expressões faciais de um colaborador sugerem que ele está cansado ou então com raiva, enquanto sua comunicação verbal, direta, verbaliza que está tudo sob controle. Entendeu a diferença?

Por isso, pode-se dizer que alguém que possua controle de sua comunicação não verbal pode exercer a liderança que um time necessita, mesmo em seus piores dias, além de aprender a identificar possíveis problemas internos que passariam despercebidos a um olhar desatento.

Características da comunicação não verbal

De um modo geral, a comunicação não verbal nas organizações é mais rápida, menos consciente e menos controlável do que a comunicação verbal. As reações não verbais a um evento tendem a ser imediatas e costumam ocorrer antes que possam ser avaliadas racionalmente.

Frequentemente, estamos cientes apenas de nossa avaliação racional de um fato e não de nossa avaliação instintiva, que são expressas pelo nosso corpo e por outras características que veremos adiante. 

Tentar controlar a comunicação não verbal, entretanto, pode ser uma faca de dois gumes, pois pode, em alguns casos, passar um ar de falsidade ao interlocutor.

Em geral, é mais fácil controlar positivamente a distância interpessoal, o contato físico, a direção do olhar e as pausas.

Mais difíceis de controlar são os gestos, a posição corporal, as expressões faciais e o tom de voz. E quase impossíveis de controlar são as reações fisiológicas.

E se houver uma diferença entre comunicação verbal e não verbal?

As reações não verbais podem ser diferentes, até mesmo completamente opostas ao que é expresso verbalmente. Nesses casos, quem está falando pode passar o ar de incoerência, além de não ter a sua mensagem entendida, pois irá gerar dúvidas nos ouvintes.

Por isso, o que se fala deve ser o mais condizente possível ao que se pensa e sente, ou seja, quanto mais alinhadas comunicação verbal e comunicação não verbal estiverem, melhor.

Elementos da comunicação não verbal

A comunicação não verbal inclui tudo o que vai além da comunicação verbal. Inúmeros elementos fazem parte da comunicação não verbal. Confira alguns a seguir:

Tom de voz

O tom de voz fornece indicações importantes sobre como a comunicação deve ser interpretada. Pode ser questionador, irônico, sarcástico, agressivo, e entrega até mesmo o colaborador mais “controlado”.

Pausas na comunicação

Os silêncios podem ser entendidos como uma fonte de constrangimento em uma conversa. No entanto, muitas vezes é aconselhável tolerá-los.

Devemos aprender a distinguir entre o silêncio devido a um momento de reflexão e, portanto, necessário ao interlocutor; o silêncio que pretende comunicar algo; e o silêncio que indica, em vez disso, o encerramento da comunicação.

O primeiro deve ser tolerado; o segundo costuma ser usado como pedido de ajuda, proximidade e apoio; enquanto o último pode sinalizar um possível problema de relacionamento.

Indicadores úteis para interpretar o silêncio podem ser obtidos com base na comunicação não verbal nas organizações.

Contato visual

É sempre bom olhar o seu interlocutor nos olhos. Evitar o olhar pode ser sinal de desinteresse, timidez e fechamento ou rejeição ao relacionamento atual, enfraquecendo a confiança e a liderança, no caso do comunicador ser o gestor.

Por outro lado, olhar persistentemente uma pessoa nos olhos, principalmente se isso for feito em silêncio por longos momentos, cria ansiedade e desconforto, podendo passar a impressão de se estar na frente de uma pessoa “estranha” ou “desviante”. Esse comportamento pode indicar um interesse emocional, uma competição ou um desafio, por exemplo.

Gestos

Os gestos com as mãos podem ter significados diferentes.

Os gestos não dirigidos ao corpo servem para enfatizar a comunicação verbal e têm valor oratório. Geralmente são utilizados de forma consciente para buscar o consentimento do interlocutor e, portanto, podem ser úteis para atrair a atenção.

Gestos que envolvem tocar o corpo, como coçar, mexer nos dedos, anéis, colares, geralmente indicam constrangimento, por mais que o comunicador não queira passar esse tipo de impressão de forma direta.

Posição do corpo

A posição do corpo pode ajudar a interpretar a disponibilidade que as pessoas têm umas com as outras.

Por exemplo, o tronco inclinado para frente e as pernas e braços ligeiramente abertos são indicadores de disponibilidade e abertura.

Por outro lado, o tronco e o corpo inclinados para trás, os braços cruzados e, em menor medida, as pernas cruzadas, indicam fechamento, recusa e desinteresse. Fechar as mãos atrás das costas sinaliza segurança e superioridade, real ou ostentosa.

Distância/proximidade

A distância física entre duas pessoas pode sinalizar valores emocionais profundos. A princípio, cada um de nós tende a dividir o espaço em quatro zonas:

  1. Zona íntima: distância de até 46 cm do nosso corpo. Somente aqueles que estão afetuosamente próximos de nós podem entrar nesta área sem criar aborrecimento ou constrangimento;
  2. Zona pessoal: aproximadamente de 46 cm a 1,22 metros. É o espaço utilizado para as relações sociais e de amizades não tão próximas quanto aquelas que estão na zona íntima;
  3. Zona social: aproximadamente de 1,22 a 3,6 metros. Esta área é normalmente reservada a conhecidos ou até mesmo desconhecidos, mas inseridos em um contexto de convivência, como um evento ou uma festa;
  4. Zona pública: mais de 3,6 metros. É a esfera em que se encontra “todo mundo”. É deste espaço que precisamos para ficarmos à vontade quando estamos cercados por estranhos.

Em situações em que se faz necessária uma proximidade indesejada, por exemplo, em um elevador ou ônibus, certos comportamentos são normalmente realizados com a função de manter uma certa privacidade. Tendemos a não falar, evitamos olhar nos olhos e limitamos a expressão facial das emoções.

Qual a importância da comunicação não verbal nas organizações?

Depois de todas essas informações sobre a comunicação não verbal, podemos facilmente entender a importância que ela tem nas organizações.

Ela contribui para o aprimoramento do relacionamento interpessoal e para resultados melhores, principalmente se as características da comunicação não verbal forem utilizadas de forma correta.

Confira, a seguir, alguns dos principais motivos pelos quais a comunicação não verbal é tão importante nas organizações.

Confiança na liderança

Um líder cuja comunicação verbal condiga com a comunicação não verbal certamente passará mais confiança para a equipe, por demonstrar que o que diz tem coerência com o que pensa e sente.

Da mesma forma, ao ter conhecimento sobre a comunicação não verbal, o líder é capaz de conhecer e entender melhor seus colaboradores, sabendo como se portar em diferentes situações, respeitando o momento de cada profissional.

Haverá quem precise de um toque no ombro para se sentir mais acolhido, e quem precise sentar e escutar o que líder tem a dizer – não com palavras duras ou em um tom de voz alto, mas com expressões firmes que representem aquilo que o líder quer passar.

Aumento do engajamento

Quando o líder entende a importância da comunicação não verbal e começa a se atentar a ela em situações corriqueiras, ele contribui para o aumento do engajamento do time.

Isso porque ele passa a perceber – e evitar – gestos seus que poderiam dar a entender que ele prefere um colaborador em detrimento a outro. Só o fato de eliminar a possibilidade de alguém se sentir excluído ou desvalorizado já contribui muito para o engajamento.

Além disso, com o auxílio da comunicação não verbal, o líder pode pedir sutilmente para que os colaboradores exponham suas ideias, seus pontos de vista, suas dúvidas.

Da mesma forma, e também por meio da comunicação não verbal, o líder pode demonstrar que escuta com atenção o que cada colaborador tem a dizer, não só escuta como valoriza e anseia pela participação de todos.

Ao perceberem o quanto são importantes para o líder e para a empresa como um todo, os colaboradores se sentem mais motivados e, consequentemente, engajados.

Gestão eficaz

Quando o líder faz bom uso da comunicação não verbal com o seu time, além de criar um bom relacionamento com e entre a equipe, ainda contribui enormemente para os resultados organizacionais.

Isso porque, quando a equipe está bem estruturada e sabe se comunicar, ela tem mais condições de solucionar problemas e propor melhores caminhos para determinados desafios. Ou seja, a comunicação não verbal nas organizações é mais do que benéfica, é necessária!

Entender o quanto a comunicação não verbal impacta a verbal, e procurar desenvolver cada vez mais consciência sobre a mensagem que se está efetivamente transmitindo ao falar são os dois primeiros passos para a melhoria da comunicação e do relacionamento interpessoal, que, por sua vez, contribuem para os resultados e sucesso organizacional.

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